O trabalho
táticas de sobrevivência à geada
A sobrevivência a geada está ligada aos fatores micrometeorológicos, essas modificações do microambiente podem ser fruto da intervenção humana ou de ocorrência natural. Como exemplos de microclima, Abreu (1985 apud ABREU, et. al. 2010.) cita a camada de neve formada sobre as raízes e plantas de pequeno porte, atuando como isolante térmico; a baixa condutividade térmica das folhas de citrinos, que funcionam como escudos de radiação conservando o calor; e o efeito de desfasamento ente a temperatura do ar e dos tecidos, quando a geada é de pequena duração.
Sem a interferência humana, a sobrevivência da planta é determinada pela resistência, que pode ser resultado de evitação ou tolerância ao congelamento extracelular.
A. Evitação da congelação, se dá em plantas adaptados ao ambiente, e funciona na ocorrência de geadas de radiação de baixa intensidade, impedindo a formação de cristais de gelo extracelular. A evitação pode ser por dessecação, o que é presente em estruturas dormentes (sementes, botões), e se dá pelo acúmulo de matéria seca e diminuição da humidade.
B. Abaixamento do ponto de fusão em células normalmente hidratadas Ocorre quando a tensão osmótica é acrescida de solutos em concentração superior, levando a maior resistência de congelação.
C. Sobrefusão "é a manutenção do estado líquido abaixo do ponto de fusão da solução, que devido a tensão osmótica desta é inferior a 0° C." (ABREU et. al, 2010), e não como um abaixamento do ponto de congelação abaixo de 0°. A capacidade de sobrefusão está ligada a presença de núcleos de congelação, a composição das soluções celulares, ao grau de adaptação e características histológicas e citológicas (Larcher, 1982; Rodrigo, 2000, apud ABREU et. al, 2010). A sobrefusão transitória pode garantir proteção entre 3 e 8° C abaixo do limite de temperatura no qual a congelação se iniciaria. Já a sobrefusão persistente (profunda) verifica-se em temperaturas na marca de -47°C..
O nível de tolerância da uma planta é dado pela diferença entre a temperatura de início da congelação e a temperatura em que os danos se iniciam (Larcher, 1982 apud Abreu et.al, 2010). Várias plantas sobrevivem a congelação. Essa capacidade de resistir tende a aumentar com aclimatação e dormência, e diminui o durante o crescimento intenso. (Abreu, 1985, apud 2010).
Resultado da aclimatação, gera um maior acumulo de solutos no protoplasto o que induz a menor formação de gelo extracelular.
Quando a aclimatação aumenta, a tolerância a desidratação ocasionado pelo gelo extracelular aumenta também. Algumas plantas perenes suportam temperaturas de até -196°C, nestas a congelação inicia a -1°C, havendo ligeira sobrefusão.
O mecanismo mais eficiente para evitar congelação intracelular, seja talvez a maior permeabilidade das membranas plásmicas[AC1] . Células mais permeáveis, criam equilíbrio de congelação extracelular, evitando que o ponto de congelação do protoplasma seja atingido. (ABREU et.al, 2010).
A aclimação é o conjunto de fenômeno fisiológico que permite resistir contra as variações de temperaturas (DAROZ, 2005, p.62). A aclimatação ao longo da estação fria, reduz a temperatura na qual os líquidos do organismos congelam. Microclima, são sutilezas na temperatura em dada superfície, e podem ser criados pelas plantas, como exemplo, temos as papoulas (Papaver alpinum) que utilizam sua corola em forma de parábola como um aquecedor solar, aumentando a temperatura no entorno do ovário e estames, atraindo os insetos polinizadores, que pousam para se aquecer. A estrutura de uma casca de árvore ou a superfície de uma pedra, pode apresentar diferentes microclimas.